Prevenção

                      “Quero saber de tudo, mas sem afobamento”

(Camila Soares, 16 anos – O Estado de S. Paulo, A-28, 24.04.94)

 1- Apresentação

            Muito se tem falado e mostrado sobre sexo, AIDS e drogas nos últimos anos.

            Os adolescentes têm duvidas e questionamentos sobre esses assuntos e necessitam ser respondidos de maneira franca e simples.

            A educação sobre a prevenção das doenças sexualmente transmissíveis (DST), incluindo a AIDS, para adolescentes, deve ser iniciada a partir do que eles conhecem, ouvem, têm visto e do que pensam que sabem sobre o assunto.

            Ao invés de esperar que eles aprendam tudo o que achamos que eles precisam saber, pode ensiná-los a refletir sobre as informações que já receberam aprender a manejá-las e tomar decisões seguras para suas vidas.

            Os adolescentes dever ter consciência de sua responsabilidade para consigo e para com os outros. Uma dessas responsabilidades é compreender a natureza e as causas das DST e da AIDS, e proteger-se a si e aos outros dos riscos de infecção.

            O HIV e as DST são transmitidos, principalmente, por meio da relação sexual sem proteção. Por essa razão, os adolescentes precisam aprender sobre AIDS no inicio da adolescência, quando estão tomando consciência da sua sexualidade.

Entretanto, a maioria dos adolescentes não se considera vulnerável ao risco de infecção pelas DST e pelo HIV, e vê a sexualidade como uma questão romântica.

            Portanto, a educação sexual e a educação para prevenção às DST e AIDS iniciadas precocemente, podem levar a um adiantamento do início das atividades sexuais dos adolescentes que ainda não tiveram relações sexuais ou à adoção de práticas mais seguras daqueles que são sexualmente ativos.

 

2. Proposta Educativa

O processo de capacitação visa a criar mudanças positivas de atitudes através da própria percepção de cada participante.

Para o desenvolvimento desse processo, é importante levar em consideração o conhecimento e as experiências dos participantes, e, a partir disso desenvolver habilidades para trabalhar com o grupo.

3. O processo educativo por meio da participação

            Procuramos desenvolver em processo de teorização a partir da prática, não como substituição do conteúdo teórico, mas como um processo sistemático, ordenado, progressivo, no ritmo dos participantes, permitindo que eles descubram os elementos básicos através das técnicas e consigam se aprofundar gradativamente, de acordo com o nível de avanço do grupo.

            O processo de teorização permite que coloquemos o cotidiano, o imediato, o individual e o parcial dentro do social, do coletivo, do histórico e do estrutural.

            Podemos dizer que a teoria se torna um guia para uma prática transformadora.

            As técnicas devem ser participativas para proporcionarem um processo de aprendizagem, por meio do qual queremos:

  • desenvolver um processo coletivo de discussão e reflexão;
  • permitir coletivizar o conhecimento individual de modo que venha a potencializar o conhecimento de todos;
  • permitir desenvolver uma experiência de reflexão educativa comum;
  • permitir a criação coletiva do conhecimento, de cuja elaboração todos nós participamos.